Agência Sebrae de Notícias

Pedro II, a cidade da opala. Mais do que um título, é um orgulho que brilha na cultura, na economia e na história do município que sedia, até este domingo (22), o Festival de Inverno de Pedro II. A única opala preciosa do Brasil — e uma das três do mundo, ao lado das encontradas na Austrália e no México — é muito mais que uma pedra: é símbolo de identidade, tradição e geração de renda.

Durante o festival, a opala ganha ainda mais destaque. Joias, peças artesanais, acessórios e esculturas encantam os visitantes, que encontram na Vila Empreendedora, na feira de artesanato e nas lojas da cidade verdadeiras obras de arte produzidas por mãos piauienses.

Muito além de uma pedra preciosa

A extração e o beneficiamento da opala em Pedro II movimentam há décadas a economia local. São dezenas de famílias que vivem da mineração artesanal, do lapidamento e da transformação da pedra em peças exclusivas.

Além de beleza, cada opala carrega uma história. É a história de um território que encontrou no empreendedorismo criativo uma forma de preservar sua cultura, gerar emprego e impulsionar o desenvolvimento.

Do garimpo às vitrines do mundo

Joalheiros e artesãos locais destacam que, ao longo dos anos, o apoio de instituições como o Sebrae tem sido fundamental para agregar valor ao produto. Por meio de capacitações, consultorias, acesso a mercado e inovação, os empreendedores da opala profissionalizaram processos e passaram a conquistar novos mercados, inclusive fora do Brasil.

“A opala é, sem dúvida, um dos maiores patrimônios de Pedro II. Valorizar essa cadeia produtiva significa preservar a cultura local, gerar desenvolvimento sustentável e fortalecer o empreendedorismo da cidade. O Sebrae atua nesse segmento desde sempre, apoiando os lapidários, designers e artesãos para que possam gerar mais valor, mais renda e mais reconhecimento para o nosso município”, destaca a gerente do Sebrae na Unidade Regional de Teresina, Carla Nobre.

Uma história de transformação e crescimento

Surlene Almeida, empreendedora da joalheria local, também carrega no seu negócio a história de evolução do festival e da opala. “Comecei na primeira edição, em 2004, com uma vitrine muito tímida, de 30 por 40 centímetros, dentro de um estande coletivo. Aos poucos, fomos crescendo, ganhando espaço, conquistando clientes e hoje temos nosso próprio estande, onde, inclusive, apoiamos e acolhemos novos empreendedores que estão começando”, relembra.

Ela explica que a evolução não foi só no tamanho do negócio, mas na proposta. “A gente não leva apenas uma joia. Levamos uma história, um símbolo, algo que provoca uma mudança no cliente. As parcerias com designers, a curadoria, tudo isso foi elevando o nível do nosso produto. Hoje temos uma joia mais imponente, com muito mais valor agregado, que carrega nossa identidade cultural e nossa história”, afirma Surlene.

Design, identidade e sustentabilidade

As joias em opala são mais do que belas: carregam elementos que representam o Piauí, a cultura nordestina e a identidade de Pedro II. Muitos empreendedores estão apostando no design sustentável, utilizando práticas responsáveis tanto na extração quanto na criação das peças.

Além disso, o fortalecimento da cadeia produtiva da joalheria, que hoje já forma filhos de joalheiros em design, mostra como o setor se profissionalizou e virou referência, impulsionando uma economia criativa que gera oportunidades e preserva saberes.

Durante o Festival de Inverno, as joias se tornam protagonistas. Visitantes de todas as partes do Brasil buscam a opala não só como lembrança, mas como um verdadeiro investimento cultural e afetivo.

Muito mais que uma joia. Um pedaço do Piauí.

Quem leva uma opala de Pedro II não leva apenas uma pedra preciosa. Leva consigo a história de uma cidade que resiste, se reinventa e cresce por meio do turismo, da cultura e do empreendedorismo.

O Festival de Inverno de Pedro II segue até hoje, domingo (22), com uma vasta programação cultural, shows, gastronomia e muito espaço para celebrar o que a cidade tem de mais valioso: sua gente, sua cultura, sua beleza e, claro, sua opala.

A realização é da Águia – Produção e Cultura, Sebrae, Prefeitura Municipal de Pedro II, Governo do Estado do Piauí (por meio da Secretaria de Turismo – Setur e da Secretaria de Cultura – Secult) e Governo Federal, por meio do Ministério da Cultura, com apoio de diversos parceiros.

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